Mundo Corporativo e Ambiente de Trabalho: Ainda Vivemos no Fordismo?
O quanto ainda carregamos do sistema fordista no nosso dia a dia profissional?
Estamos em 2024, um momento em que muitas empresas exigem o retorno ao trabalho presencial nos escritórios. No entanto, ao observar o ambiente corporativo, percebo um comportamento curioso: as pessoas entram na sala, sentam-se e, imediatamente, mergulham em seus laptops.
Muitas vezes, cumprimento alguém que senta próximo à minha mesa e não recebo resposta. Será que essa pessoa está tão concentrada a ponto de não perceber? Ou será que a cultura corporativa atual desestimula interações simples e humanas?
Claro, existem pessoas mais extrovertidas, mas são minoria. Se alguém resolve olhar para os lados, interagir e criar um ambiente mais leve, parece ser uma exceção, não a regra.
O que leva as pessoas a evitarem o contato visual, a não cumprimentarem os colegas? Será que um simples ato de interação tornaria o ambiente mais agradável?
Curiosamente, fico sem saber como agir. Se cumprimento, será que estou atrapalhando o trabalho alheio? Se não cumprimento, pareço antipático?
Uma vez, ouvi de um gestor: “O mundo corporativo é cruel.” Mas será que precisa ser?
Afinal, o mundo corporativo é feito por pessoas, sujeitos que precisam do outro para se desenvolver, para alcançar um bom desempenho individual e coletivo. Será que a frieza e o distanciamento fazem parte do “profissionalismo moderno”, ou estamos apenas reproduzindo um modelo ultrapassado que já não faz sentido?